Desfile de escolas de samba e shows na beira-rio marcam o último dia do Carnaval de Floriano
Foi embalada por um clima gostoso de chuva que uma multidão prestigiou o desfile das escolas de samba de Floriano, nesta terça-feira, 13 de fevereiro, na Avenida Getúlio Vargas, a apoteose do samba da Princesa do Sul. Do palanque oficial, o prefeito Antônio Reis, ao lado da primeira-dama, Carmélia Reis, secretários municipais, vereadores, convidados especiais e o corpo de jurados acompanharam o desfile que foi aberto com a participação das Chanas Cheirosas com seus fofões mascarados carregados de beleza e mistério, seguido pelo Bloco Babá Lokê, uma expressão do candomblé do movimento Ylê Àse Bàbá Lóke que trouxe para a passarela do samba, a preservação da cultura, estética e beleza negras.
Seis agremiações competiram no desfile das escolas de samba, sempre ciceroneadas pelo rei e rainha do carnaval, ao entrarem na avenida, e também pela eterna musa e secretária de Cultura, Elineuza Ramos. A Arrocha Um Aperta o Outro estreou a passarela do samba, trazendo no samba-enredo uma homenagem à extinta escola de samba Mangueira, exaltando a história de lutas e vitórias da homenageada, e destacando em um dos carros alegóricos os carnavalescos Vicente Rodrigues, Carlinhos Vilarinho, Dorival e Jocy, que fizeram história à frente da Mangueira.
Fundada em 1991, a Mocidade Independente da Caixa Dágua, no samba-enredo “A Caixa D’água em oração faz uma prece”, cantou a religiosidade dos moradores do bairro, que abriga um importante templo da igreja católica, homenageando o padroeiro São José Operário, e também as manifestações culturais como o bumba meu boi, as festas juninas e as rezadeiras.
A escola de samba Os Caipiras, fundada desde 1978, desenvolveu na avenida o samba-enredo “Adoletá”; fez uma imersão no passado resgatando antigos brinquedos e brincadeiras infantis, sonhos de crianças e estórias tiradas dos contos de fadas, trazendo uma mensagem saudosa da inocência de outrora, e também de alerta para a atual infância eletrônica e robotizada.
Ressaltando suas cores amarelo, azul e branco, a escola Estrela Cadente cantou no samba-enredo a “História de grandezas e vitórias que o Mimbó escreveu”. A homenagem à comunidade Mimbó trouxe para a avenida a líder comunitária Idelzuita Paixão e manifestações típicas do povo quilombola, com danças, tradições, artesanato e a belezas dos moradores.
A Beija-Flor da Princesa foi a penúltima escola a desfilar, levando para a passarela uma homenagem ao bairro São Cristóvão e suas referências como os radialistas Renato Costa e o saudoso Emídio Nonato, as quadrilhas do bairro, esporte e o tradicional bloco Os Piratas, com seus 70 anos de criação.
A Acadêmicos do Irapuá encerrou o desfile competitivo trazendo o seu samba-enredo “Eu sou liberto”, que homenageou a comunidade negreira da Vereda, no bairro Irapuá II, sua cultura de amor à raça negra, modo de vida e produção artesanal. As apresentações na avenida encerraram por volta das 2h da madrugada com o bloco os Ingratos, que ao som de marchinhas, arrastaram uma multidão pela avenida até o cais da beira-rio, onde a festa seguiu até o amanhecer com as atrações “prata da casa” Kayo Freitas, Hiury Barros e grupo Baratinar.